
A maioria dos traders iniciantes entram no mercado financeiro em busca de lucro rápido. Guilherme Cardoso também começou assim — até quebrar várias contas e perceber que, sem observar suas ações, não existiria consistência possível. “Se eu não olhasse para dentro, eu não ia conseguir lidar com questões que poderiam me atrapalhar, como medo, ansiedade, euforia, ganância e ego”, afirma.
Em entrevista ao InfoMoney durante a Expert XP 2025, Guilherme Cardoso contou que sua trajetória no mercado começou em 2013. Desde então, viveu a montanha-russa emocional típica do day trade até encontrar equilíbrio entre razão e emoção. “A parte técnica é essencial, é a base, o alicerce. Mas com pouco tempo na trincheira eu já percebi que os aspectos emocionais eram o que iria me colocar no próximo nível”, relembra.
Cardoso afirma que já poderia viver exclusivamente do trading — mas escolheu não fazer isso. “O mais inteligente é adotar outras fontes de renda porque isso, além de fazer com que a sua curva de crescimento de patrimônio aumente, tira a pressão e você performa melhor no trading”, explica.
Plano bem definido
Para Cardoso, muitos dos comportamentos disfuncionais no mercado são atribuídos ao emocional, quando na verdade poderiam ser prevenidos com clareza e racionalidade. “A maioria das pessoas opera sem um plano bem desenhado. Imagina que a gente está com um carro a 100 km/h numa estrada sem margem — a probabilidade da gente sair da estrada é gigantesca”, explica.
Por isso, ele defende que todo trader tenha um roteiro claro, com horários definidos, limites de risco bem calculados e critérios objetivos para entrar e sair das operações. Só assim é possível tomar decisões conscientes, mesmo diante do estresse do mercado.
Ainda assim, ele reconhece que alguns comportamentos exigem um mergulho mais profundo. “Se mesmo assim você se vê ainda tomando decisões emocionais, aí sim é importante investigar isso, procurar ajuda de um psicólogo ou terapeuta. Existem várias práticas que podem ajudar bastante”, disse.
Leia também: Trader desvenda uso de robô na operação no mercado financeiro: Confie na estatística
Propósito real
Cardoso afirma que seguir um plano não se resume a técnica, mas envolve também um nível profundo de motivação. “Você precisa sentir para fazer sentido”, diz, ao defender a importância de buscar um motivo forte para operar. “No momento em que a gente está para tomar uma decisão, esse motivo tem que falar tão alto que nos faz dar um passo para trás e pensar: essa decisão está vindo de encontro ao meu objetivo ou pode colocar tudo a perder”, questiona.
Ele ilustra esse raciocínio com uma metáfora pessoal: “Sou casado, pai de duas meninas. Se me perguntassem: ‘Guilherme, se você tivesse que cumprir com o plano que desenhou para garantir a sobrevivência das suas filhas, você faria?’ Sem sombra de dúvidas. Porque isso tem um valor inestimável. A vida das minhas filhas não tem negociação”, afirma.
A crítica dele vai direto ao comportamento impulsivo e amador que ainda domina parte dos traders iniciantes. “Tem que parar de sentar-se na frente do computador com o pensamento ‘vou fazer o trading como um hobby’. Tem que parar de querer operar simplesmente pela adrenalina, mas por um propósito maior, por um legado”, explica.
Consistência
Para quem ainda não encontrou regularidade nos resultados, Cardoso deixa um recado: “Consistência de resultados requer consistência de ações. Então, defina um plano, defina um objetivo e faça isso todo o santo dia.” Segundo ele, esse é o único caminho para sobreviver à chamada “prova do tempo”.
“Tem que parar de querer operar para lucrar e passar a operar para sobreviver no mercado, porque o lucro vai ser consequência. O foco não deve estar no dinheiro, no primeiro momento. Apesar de ser um mercado financeiro, em que o objetivo é fazer dinheiro, você tem que tirar o olho do cifrão. Ao passo que se tira o olho do cifrão, ele vai para o bolso”, conclui.
Confira mais conteúdos sobre análise técnica no IM Trader. Diariamente, o InfoMoney publica o que esperar dos minicontratos de dólar e índice. As melhores plataformas para operar na Bolsa. Abra uma conta na XP.
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A maioria dos traders iniciantes entram no mercado financeiro em busca de lucro rápido. Guilherme Cardoso também começou assim — até quebrar várias contas e perceber que, sem observar suas ações, não existiria consistência possível. “Se eu não olhasse para dentro, eu não ia conseguir lidar com questões que poderiam me atrapalhar, como medo, ansiedade, euforia, ganância e ego”, afirma.
Em entrevista ao InfoMoney durante a Expert XP 2025, Guilherme Cardoso contou que sua trajetória no mercado começou em 2013. Desde então, viveu a montanha-russa emocional típica do day trade até encontrar equilíbrio entre razão e emoção. “A parte técnica é essencial, é a base, o alicerce. Mas com pouco tempo na trincheira eu já percebi que os aspectos emocionais eram o que iria me colocar no próximo nível”, relembra.
Cardoso afirma que já poderia viver exclusivamente do trading — mas escolheu não fazer isso. “O mais inteligente é adotar outras fontes de renda porque isso, além de fazer com que a sua curva de crescimento de patrimônio aumente, tira a pressão e você performa melhor no trading”, explica.
Plano bem definido
Para Cardoso, muitos dos comportamentos disfuncionais no mercado são atribuídos ao emocional, quando na verdade poderiam ser prevenidos com clareza e racionalidade. “A maioria das pessoas opera sem um plano bem desenhado. Imagina que a gente está com um carro a 100 km/h numa estrada sem margem — a probabilidade da gente sair da estrada é gigantesca”, explica.
Por isso, ele defende que todo trader tenha um roteiro claro, com horários definidos, limites de risco bem calculados e critérios objetivos para entrar e sair das operações. Só assim é possível tomar decisões conscientes, mesmo diante do estresse do mercado.
Ainda assim, ele reconhece que alguns comportamentos exigem um mergulho mais profundo. “Se mesmo assim você se vê ainda tomando decisões emocionais, aí sim é importante investigar isso, procurar ajuda de um psicólogo ou terapeuta. Existem várias práticas que podem ajudar bastante”, disse.
Leia também: Trader desvenda uso de robô na operação no mercado financeiro: Confie na estatística
Propósito real
Cardoso afirma que seguir um plano não se resume a técnica, mas envolve também um nível profundo de motivação. “Você precisa sentir para fazer sentido”, diz, ao defender a importância de buscar um motivo forte para operar. “No momento em que a gente está para tomar uma decisão, esse motivo tem que falar tão alto que nos faz dar um passo para trás e pensar: essa decisão está vindo de encontro ao meu objetivo ou pode colocar tudo a perder”, questiona.
Ele ilustra esse raciocínio com uma metáfora pessoal: “Sou casado, pai de duas meninas. Se me perguntassem: ‘Guilherme, se você tivesse que cumprir com o plano que desenhou para garantir a sobrevivência das suas filhas, você faria?’ Sem sombra de dúvidas. Porque isso tem um valor inestimável. A vida das minhas filhas não tem negociação”, afirma.
A crítica dele vai direto ao comportamento impulsivo e amador que ainda domina parte dos traders iniciantes. “Tem que parar de sentar-se na frente do computador com o pensamento ‘vou fazer o trading como um hobby’. Tem que parar de querer operar simplesmente pela adrenalina, mas por um propósito maior, por um legado”, explica.
Consistência
Para quem ainda não encontrou regularidade nos resultados, Cardoso deixa um recado: “Consistência de resultados requer consistência de ações. Então, defina um plano, defina um objetivo e faça isso todo o santo dia.” Segundo ele, esse é o único caminho para sobreviver à chamada “prova do tempo”.
“Tem que parar de querer operar para lucrar e passar a operar para sobreviver no mercado, porque o lucro vai ser consequência. O foco não deve estar no dinheiro, no primeiro momento. Apesar de ser um mercado financeiro, em que o objetivo é fazer dinheiro, você tem que tirar o olho do cifrão. Ao passo que se tira o olho do cifrão, ele vai para o bolso”, conclui.
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