
A agenda econômica desta sexta-feira (18) está esvaziada no Brasil, com poucos dados relevantes previstos para o dia. O Congresso Nacional segue em recesso parcial, o que reduz a atividade legislativa. Por outro lado, os investidores continuam avaliando a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que determinou o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Ainda na seara política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou aliados de Trump de “traidores” e negou que o Brasil tenha adotado práticas comerciais desleais, durante pronunciamento na TV em resposta às ameaças tarifárias dos Estados Unidos.
No exterior, seguem no foco os desdobramentos da proposta de novas tarifas comerciais feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto os lucros corporativos seguem em crescimento, mostrando resiliência entre as empresas americanas. O destaque da quinta-feira foi a Netflix, que deu início à temporada de resultados das grandes empresas de tecnologia com desempenho excepcional. Nesta sexta, estão previstos os resultados de American Express, Charles Schwab, 3M, Truist Financial, Schlumberger e Autoliv.
Na frente de dados, serão divulgados o índice de confiança do consumidor em julho e os dados de início e autorizações para construção de moradias em junho — oferecendo novos sinais sobre a saúde do consumidor e do setor imobiliário.
O que vai mexer com o mercado nesta sexta
Agenda
Às 9h30, os diretores do BC Nilton David (Política Monetária) e Izabela Correa (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) participam de duas reuniões trimestrais com economistas.
Às 10h45, o presidente Lula chega à estação Café da Linha, em Missão Velha (CE). Em seguida, às 11h40, participa de um ato por ocasião da visita à Ferrovia Transnordestina.
Às 15h, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem reunião com Cesar Carvalho, Fundador e CEO da Wellhub.
Brasil
10h – Sondagem Industrial de junho
EUA
9h30 – Início de construções (junho)
11h – Confiança do consumidor (julho)
INTERNACIONAL
“Chantagem inaceitável”
Em pronunciamento em rede nacional de televisão na noite de quinta-feira, Lula classificou como uma “chantagem inaceitável” a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto. Lula também criticou o que chamou de tentativa de interferência nas instituições brasileiras e acusou membros da oposição de agirem contra os interesses do país.
“O ataque ao Brasil tem apoio de alguns políticos brasileiros. São verdadeiros traidores da pátria”, afirmou o presidente, em referência indireta a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que têm se alinhado a Trump na disputa comercial.
Não é imperador do mundo
Em entrevista à CNN, Lula criticou Trump por agir como “imperador do mundo” e anunciou que o Brasil responderá à tarifa de 50% com medidas na OMC e a Lei de Reciprocidade. Disse que os EUA ignoraram propostas brasileiras e que Trump não respeita o multilateralismo. Em Goiânia, no Congresso da UNE, Lula endureceu o tom e classificou a tarifa como ataque à soberania. Afirmou que o Brasil vai taxar empresas digitais americanas como resposta. Condenou a tentativa de golpe atribuída a Bolsonaro e declarou que ele será julgado por ameaçar autoridades. Também rejeitou interferência dos EUA no julgamento e disse que o Brasil é um país soberano.
Líder do mundo livre
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, defendeu Trump após críticas de Lula, afirmando que ele é “líder do mundo livre” e não “imperador do mundo”. Leavitt justificou as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros devido a regulações digitais e desmatamento ilegal no Brasil. Lula, em entrevista, contestou a narrativa americana, chamou a carta de Trump de “fake news” e afirmou que o Brasil responderá “no momento certo”. Apesar da tensão, Lula evitou falar em crise, reforçando que o Brasil valoriza a negociação, não imposições.
Delegação e força-tarefa
O Senado aprovou uma missão parlamentar aos Estados Unidos para negociar o adiamento ou revogação da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, marcada para 29 a 31 de julho. A delegação terá oito senadores de diferentes partidos, liderados por Nelsinho Trad, presidente da Comissão de Relações Exteriores. A iniciativa ocorre paralelamente às negociações do governo federal, gerando preocupação, já que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende que o país fale com “uma só voz”. A ideia de Haddad é que haja uma força-tarefa para identificar os principais pontos da negociação tarifária entre Brasil e EUA, buscando uma solução rápida. Ele alertou que o país não deve abrir frentes separadas, como negociações por governadores. A tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros está prevista para agosto.
Pressão sem fim
Donald Trump voltou a pressionar o Federal Reserve (Fed) por cortes na taxa de juros, postando na Truth Social na quinta-feira (17) que os dados econômicos recentes são “grandes números” e exigindo redução da taxa. Sem citar Jerome Powell diretamente, Trump usou um apelido depreciativo para o chefe do Fed. Os mercados reagiram negativamente às críticas ao presidente do Fed. Na mesma data, foram divulgados dados sobre pedidos de auxílio-desemprego e vendas no varejo nos EUA.
ECONOMIA
Após aumento do IOF
O governo Lula precisará arrecadar R$ 86,3 bilhões extras em 2026 para cumprir a meta fiscal, mesmo com o aumento do IOF autorizado pelo STF. Segundo o Tesouro Nacional, o esforço deve continuar em 2027 e 2028, com déficits ainda maiores. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a equipe econômica deve apresentar medidas detalhadas para fechar o rombo porque congelar gastos não é permitido na proposta orçamentária. Sem essa arrecadação, o teto de gastos e despesas obrigatórias, como o salário mínimo, sofrerão restrições. Mesmo com medidas extras, a dívida pública continuará subindo, podendo atingir 84,3% do PIB em 2028. Caso não haja esforço, a dívida pode chegar a 89% do PIB em 2034, sem perspectiva de queda.
Preocupação
O aumento do IOF com efeitos retroativos a 11 de junho gerou alerta no mercado devido ao risco de passivos tributários inesperados. Especialistas apontam que a medida compromete a segurança jurídica e afeta operações como crédito, câmbio e investimentos, exceto para risco sacado. Moraes justificou a retroatividade como necessária para garantir a coerência das políticas tributárias. Economistas alertam para impactos negativos no planejamento financeiro e na atratividade das operações. A decisão ainda será submetida a referendo no plenário do STF em agosto.
Sem cobrança
A Receita Federal informou que instituições financeiras que recolheram IOF menor durante a suspensão do decreto que aumentou as alíquotas não precisarão cobrar a diferença retroativamente. Contudo, o fisco avaliaria caso a caso para evitar surpresas e insegurança jurídica. A medida ocorre após liminar do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que restabeleceu retroativamente o aumento do IOF previsto em decreto presidencial.
Petrobras no varejo
A Petrobras avalia retornar às vendas de combustíveis no varejo, quatro anos após a privatização da Vibra Energia. A medida está sendo discutida para o plano estratégico 2026-2030 e pode envolver a recompra parcial ou total da Vibra. O presidente Lula e a CEO Magda Chambriard criticam os altos preços ao consumidor, atribuídos à falta de repasse dos descontos pela cadeia de distribuição. A Procuradoria Geral da República investiga práticas anticoncorrenciais no setor. A Vibra usa a marca Petrobras até 2029, mas a estatal não pretende renovar a licença nos termos atuais.
De saída
Desde o anúncio da sobretaxa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros, a B3 registrou saída de R$ 4,5 bilhões em investimentos estrangeiros, com saldo líquido negativo de R$ 3,5 bilhões em julho. Até 9 de julho, o fluxo era positivo em R$ 1 bilhão. A maior retirada ocorreu em 15 de julho, com saída de R$ 1,1 bilhão em um dia. Antes disso, o Brasil acumulava saldos positivos na maior parte do ano, com maio registrando R$ 10,5 bilhões em entradas estrangeiras.
Tetos de reajuste
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou os tetos de reajuste para contratos antigos de planos de saúde vinculados a Termos de Compromisso, com índices entre 6,47% e 7,16% para 2025. Os percentuais variam conforme a categoria da operadora, sendo 6,47% para Medicina de Grupo (exclusivamente assistência médica) e 7,16% para Seguradoras Especializadas em Saúde, como Bradesco Saúde e SulAmérica. Esses contratos, firmados antes de 1998, abrangem cerca de 400 mil beneficiários, e os reajustes buscam garantir previsibilidade e segurança jurídica. A comercialização desses planos não é mais permitida, e o número de beneficiários vem diminuindo. A decisão quer alinhar os contratos antigos com a política atual da ANS.
POLÍTICA
Os temidos
Pesquisa Genial/Quaest revela que 44% dos brasileiros temem mais uma volta de Bolsonaro à Presidência, enquanto 41% manifestam medo da continuidade de Lula. Os números mostram estabilidade em relação a levantamentos anteriores, com empate técnico devido à margem de erro de dois pontos percentuais. Sete por cento temem igualmente ambos, e 3% não têm medo de nenhum dos dois. A pesquisa ouviu 2.004 pessoas entre 10 e 14 de julho, com 95% de confiança.
Possibilidade concreta
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o veto presidencial ao projeto que flexibiliza o licenciamento ambiental “está posto” e que o governo buscará alternativas para reparar o que considera um “grave retrocesso”. Ela alertou que o texto aprovado ameaça a agricultura, a indústria, as exportações e a credibilidade internacional do Brasil. Marina evitou confirmar se o presidente Lula vetará integralmente, mas indicou que essa é uma possibilidade concreta, ressaltando que o governo não apoia medidas que “desmontam” a política ambiental. O projeto, que cria o chamado autolicenciamento, enfrenta críticas por comprometer metas climáticas e gerar insegurança jurídica. Caso o veto ocorra, o Congresso pode derrubá-lo, e o tema pode chegar ao Supremo Tribunal Federal.
Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) evitou assumir responsabilidade pela sobretaxa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros e culpou o governo Lula (PT) pelo impasse comercial. Ele pediu o passaporte para tentar negociar com Trump, mas, como não ocupa cargo público, não tem legitimidade oficial para negociar em nome do Brasil. Bolsonaro minimizou a tarifa, afirmando que ela afeta o mundo, não só o Brasil. Além disso, elogiou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como voz importante contra a crise, mas disse que o problema é nacional.
Inversão de valores
O ministro Fernando Haddad criticou a tentativa da família Bolsonaro de intervir na crise comercial com os EUA, chamando-a de “inversão de valores”. Ele afirmou que Bolsonaro, sem cargo público, não pode negociar em nome do Brasil. Também atacou o governador Tarcísio de Freitas por agir como “vassalo” de outro país. Haddad defendeu a centralização das negociações pelo governo federal. E ironizou: “Trump vai realizar o sonho do Nikolas de taxar o Pix”.
Por racismo e misoginia
A deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG) disse que vai acionar o Ministério Público e o Conselho de Ética contra Kim Kataguiri (União Brasil-SP) por racismo e misoginia. Durante debate sobre licenciamento ambiental, ele a chamou de “cosplay de pavão”, atacando seu cocar. Xakriabá respondeu: “Quando atacam meu cocar, atacam a identidade de um povo inteiro”. Ela também chamou Kataguiri de “deputado estrangeiro e reborn”.
Plebiscito popular
O PSB e o PDT aderiram à mobilização pelo plebiscito popular promovido por movimentos sociais e partidos de esquerda, como PT, PC do B e PSOL. A consulta, que não é oficial, já alcançou meio milhão de participantes e vai até 7 de setembro. Entre os temas estão isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, redução da jornada e fim da escala 6×1. Urnas foram instaladas em sindicatos e sedes de partidos. Um ato na Câmara contou com cerca de 70 parlamentares em apoio à iniciativa. O movimento quer pressionar o Congresso.
(Com Agência Brasil, CNBC, Estadão e Reuters)
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A agenda econômica desta sexta-feira (18) está esvaziada no Brasil, com poucos dados relevantes previstos para o dia. O Congresso Nacional segue em recesso parcial, o que reduz a atividade legislativa. Por outro lado, os investidores continuam avaliando a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que determinou o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Ainda na seara política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou aliados de Trump de “traidores” e negou que o Brasil tenha adotado práticas comerciais desleais, durante pronunciamento na TV em resposta às ameaças tarifárias dos Estados Unidos.
No exterior, seguem no foco os desdobramentos da proposta de novas tarifas comerciais feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto os lucros corporativos seguem em crescimento, mostrando resiliência entre as empresas americanas. O destaque da quinta-feira foi a Netflix, que deu início à temporada de resultados das grandes empresas de tecnologia com desempenho excepcional. Nesta sexta, estão previstos os resultados de American Express, Charles Schwab, 3M, Truist Financial, Schlumberger e Autoliv.
Na frente de dados, serão divulgados o índice de confiança do consumidor em julho e os dados de início e autorizações para construção de moradias em junho — oferecendo novos sinais sobre a saúde do consumidor e do setor imobiliário.
O que vai mexer com o mercado nesta sexta
Agenda
Às 9h30, os diretores do BC Nilton David (Política Monetária) e Izabela Correa (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) participam de duas reuniões trimestrais com economistas.
Às 10h45, o presidente Lula chega à estação Café da Linha, em Missão Velha (CE). Em seguida, às 11h40, participa de um ato por ocasião da visita à Ferrovia Transnordestina.
Às 15h, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem reunião com Cesar Carvalho, Fundador e CEO da Wellhub.
Brasil
10h – Sondagem Industrial de junho
EUA
9h30 – Início de construções (junho)
11h – Confiança do consumidor (julho)
INTERNACIONAL
“Chantagem inaceitável”
Em pronunciamento em rede nacional de televisão na noite de quinta-feira, Lula classificou como uma “chantagem inaceitável” a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto. Lula também criticou o que chamou de tentativa de interferência nas instituições brasileiras e acusou membros da oposição de agirem contra os interesses do país.
“O ataque ao Brasil tem apoio de alguns políticos brasileiros. São verdadeiros traidores da pátria”, afirmou o presidente, em referência indireta a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que têm se alinhado a Trump na disputa comercial.
Não é imperador do mundo
Em entrevista à CNN, Lula criticou Trump por agir como “imperador do mundo” e anunciou que o Brasil responderá à tarifa de 50% com medidas na OMC e a Lei de Reciprocidade. Disse que os EUA ignoraram propostas brasileiras e que Trump não respeita o multilateralismo. Em Goiânia, no Congresso da UNE, Lula endureceu o tom e classificou a tarifa como ataque à soberania. Afirmou que o Brasil vai taxar empresas digitais americanas como resposta. Condenou a tentativa de golpe atribuída a Bolsonaro e declarou que ele será julgado por ameaçar autoridades. Também rejeitou interferência dos EUA no julgamento e disse que o Brasil é um país soberano.
Líder do mundo livre
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, defendeu Trump após críticas de Lula, afirmando que ele é “líder do mundo livre” e não “imperador do mundo”. Leavitt justificou as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros devido a regulações digitais e desmatamento ilegal no Brasil. Lula, em entrevista, contestou a narrativa americana, chamou a carta de Trump de “fake news” e afirmou que o Brasil responderá “no momento certo”. Apesar da tensão, Lula evitou falar em crise, reforçando que o Brasil valoriza a negociação, não imposições.
Delegação e força-tarefa
O Senado aprovou uma missão parlamentar aos Estados Unidos para negociar o adiamento ou revogação da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, marcada para 29 a 31 de julho. A delegação terá oito senadores de diferentes partidos, liderados por Nelsinho Trad, presidente da Comissão de Relações Exteriores. A iniciativa ocorre paralelamente às negociações do governo federal, gerando preocupação, já que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende que o país fale com “uma só voz”. A ideia de Haddad é que haja uma força-tarefa para identificar os principais pontos da negociação tarifária entre Brasil e EUA, buscando uma solução rápida. Ele alertou que o país não deve abrir frentes separadas, como negociações por governadores. A tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros está prevista para agosto.
Pressão sem fim
Donald Trump voltou a pressionar o Federal Reserve (Fed) por cortes na taxa de juros, postando na Truth Social na quinta-feira (17) que os dados econômicos recentes são “grandes números” e exigindo redução da taxa. Sem citar Jerome Powell diretamente, Trump usou um apelido depreciativo para o chefe do Fed. Os mercados reagiram negativamente às críticas ao presidente do Fed. Na mesma data, foram divulgados dados sobre pedidos de auxílio-desemprego e vendas no varejo nos EUA.
ECONOMIA
Após aumento do IOF
O governo Lula precisará arrecadar R$ 86,3 bilhões extras em 2026 para cumprir a meta fiscal, mesmo com o aumento do IOF autorizado pelo STF. Segundo o Tesouro Nacional, o esforço deve continuar em 2027 e 2028, com déficits ainda maiores. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a equipe econômica deve apresentar medidas detalhadas para fechar o rombo porque congelar gastos não é permitido na proposta orçamentária. Sem essa arrecadação, o teto de gastos e despesas obrigatórias, como o salário mínimo, sofrerão restrições. Mesmo com medidas extras, a dívida pública continuará subindo, podendo atingir 84,3% do PIB em 2028. Caso não haja esforço, a dívida pode chegar a 89% do PIB em 2034, sem perspectiva de queda.
Preocupação
O aumento do IOF com efeitos retroativos a 11 de junho gerou alerta no mercado devido ao risco de passivos tributários inesperados. Especialistas apontam que a medida compromete a segurança jurídica e afeta operações como crédito, câmbio e investimentos, exceto para risco sacado. Moraes justificou a retroatividade como necessária para garantir a coerência das políticas tributárias. Economistas alertam para impactos negativos no planejamento financeiro e na atratividade das operações. A decisão ainda será submetida a referendo no plenário do STF em agosto.
Sem cobrança
A Receita Federal informou que instituições financeiras que recolheram IOF menor durante a suspensão do decreto que aumentou as alíquotas não precisarão cobrar a diferença retroativamente. Contudo, o fisco avaliaria caso a caso para evitar surpresas e insegurança jurídica. A medida ocorre após liminar do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que restabeleceu retroativamente o aumento do IOF previsto em decreto presidencial.
Petrobras no varejo
A Petrobras avalia retornar às vendas de combustíveis no varejo, quatro anos após a privatização da Vibra Energia. A medida está sendo discutida para o plano estratégico 2026-2030 e pode envolver a recompra parcial ou total da Vibra. O presidente Lula e a CEO Magda Chambriard criticam os altos preços ao consumidor, atribuídos à falta de repasse dos descontos pela cadeia de distribuição. A Procuradoria Geral da República investiga práticas anticoncorrenciais no setor. A Vibra usa a marca Petrobras até 2029, mas a estatal não pretende renovar a licença nos termos atuais.
De saída
Desde o anúncio da sobretaxa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros, a B3 registrou saída de R$ 4,5 bilhões em investimentos estrangeiros, com saldo líquido negativo de R$ 3,5 bilhões em julho. Até 9 de julho, o fluxo era positivo em R$ 1 bilhão. A maior retirada ocorreu em 15 de julho, com saída de R$ 1,1 bilhão em um dia. Antes disso, o Brasil acumulava saldos positivos na maior parte do ano, com maio registrando R$ 10,5 bilhões em entradas estrangeiras.
Tetos de reajuste
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou os tetos de reajuste para contratos antigos de planos de saúde vinculados a Termos de Compromisso, com índices entre 6,47% e 7,16% para 2025. Os percentuais variam conforme a categoria da operadora, sendo 6,47% para Medicina de Grupo (exclusivamente assistência médica) e 7,16% para Seguradoras Especializadas em Saúde, como Bradesco Saúde e SulAmérica. Esses contratos, firmados antes de 1998, abrangem cerca de 400 mil beneficiários, e os reajustes buscam garantir previsibilidade e segurança jurídica. A comercialização desses planos não é mais permitida, e o número de beneficiários vem diminuindo. A decisão quer alinhar os contratos antigos com a política atual da ANS.
POLÍTICA
Os temidos
Pesquisa Genial/Quaest revela que 44% dos brasileiros temem mais uma volta de Bolsonaro à Presidência, enquanto 41% manifestam medo da continuidade de Lula. Os números mostram estabilidade em relação a levantamentos anteriores, com empate técnico devido à margem de erro de dois pontos percentuais. Sete por cento temem igualmente ambos, e 3% não têm medo de nenhum dos dois. A pesquisa ouviu 2.004 pessoas entre 10 e 14 de julho, com 95% de confiança.
Possibilidade concreta
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o veto presidencial ao projeto que flexibiliza o licenciamento ambiental “está posto” e que o governo buscará alternativas para reparar o que considera um “grave retrocesso”. Ela alertou que o texto aprovado ameaça a agricultura, a indústria, as exportações e a credibilidade internacional do Brasil. Marina evitou confirmar se o presidente Lula vetará integralmente, mas indicou que essa é uma possibilidade concreta, ressaltando que o governo não apoia medidas que “desmontam” a política ambiental. O projeto, que cria o chamado autolicenciamento, enfrenta críticas por comprometer metas climáticas e gerar insegurança jurídica. Caso o veto ocorra, o Congresso pode derrubá-lo, e o tema pode chegar ao Supremo Tribunal Federal.
Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) evitou assumir responsabilidade pela sobretaxa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros e culpou o governo Lula (PT) pelo impasse comercial. Ele pediu o passaporte para tentar negociar com Trump, mas, como não ocupa cargo público, não tem legitimidade oficial para negociar em nome do Brasil. Bolsonaro minimizou a tarifa, afirmando que ela afeta o mundo, não só o Brasil. Além disso, elogiou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como voz importante contra a crise, mas disse que o problema é nacional.
Inversão de valores
O ministro Fernando Haddad criticou a tentativa da família Bolsonaro de intervir na crise comercial com os EUA, chamando-a de “inversão de valores”. Ele afirmou que Bolsonaro, sem cargo público, não pode negociar em nome do Brasil. Também atacou o governador Tarcísio de Freitas por agir como “vassalo” de outro país. Haddad defendeu a centralização das negociações pelo governo federal. E ironizou: “Trump vai realizar o sonho do Nikolas de taxar o Pix”.
Por racismo e misoginia
A deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG) disse que vai acionar o Ministério Público e o Conselho de Ética contra Kim Kataguiri (União Brasil-SP) por racismo e misoginia. Durante debate sobre licenciamento ambiental, ele a chamou de “cosplay de pavão”, atacando seu cocar. Xakriabá respondeu: “Quando atacam meu cocar, atacam a identidade de um povo inteiro”. Ela também chamou Kataguiri de “deputado estrangeiro e reborn”.
Plebiscito popular
O PSB e o PDT aderiram à mobilização pelo plebiscito popular promovido por movimentos sociais e partidos de esquerda, como PT, PC do B e PSOL. A consulta, que não é oficial, já alcançou meio milhão de participantes e vai até 7 de setembro. Entre os temas estão isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, redução da jornada e fim da escala 6×1. Urnas foram instaladas em sindicatos e sedes de partidos. Um ato na Câmara contou com cerca de 70 parlamentares em apoio à iniciativa. O movimento quer pressionar o Congresso.
(Com Agência Brasil, CNBC, Estadão e Reuters)
The post Confiança do consumidor e balanços nos EUA, indústria no Brasil, Lula e mais appeared first on InfoMoney.