Os futuros das bolsas dos Estados Unidos recuaram nesta quinta-feira (19) de feriado também lá fora, enquanto especulações sobre um possível apoio direto dos EUA a Israel em sua guerra contra o Irã elevaram a incerteza geopolítica e acenderam temores sobre o impacto inflacionário da alta no preço do petróleo.
Os contratos do S&P 500 caíram 0,8%, em um dia com negociação de ações e Treasuries dos EUA suspensa por feriado. O índice europeu Stoxx 600 recuou 0,4%, encaminhando-se para o terceiro pregão consecutivo de queda. Nos mercados asiáticos, os papéis recuaram mais de 1%.
O petróleo Brent manteve-se em torno de US$ 78 por barril, ampliando ganhos na semana impulsionados pela reação dos mercados ao conflito no Oriente Médio. O dólar permaneceu estável.
A cautela dos investidores cresceu após reportagem da Bloomberg apontar que altos funcionários norte-americanos estão se preparando para um possível ataque contra o Irã nos próximos dias. O ambiente de mercado já estava sensível após o Federal Reserve rever para baixo suas projeções de crescimento e elevar suas estimativas de inflação.
“Se os EUA atacarem, verá uma reação imediata intensa”, disse Neil Wilson, estrategista da Saxo UK. “Ninguém vai querer assumir grandes posições de compra.”
Trump já comentou publicamente sobre a possibilidade de atacar o Irã. Na quarta-feira, na Casa Branca, disse preferir tomar a “decisão final um segundo antes de ser preciso”, dada a fluidez da situação.
“O risco de envolvimento dos EUA é bastante alto neste momento”, afirmou Anna Rosenberg, chefe de geopolítica no Amundi Investment Institute.
“Para os EUA, é uma chance de eliminar uma grande dor de cabeça geopolítica, que é o Irã potencialmente desenvolvendo uma arma nuclear. Mas agir traz muitas consequências. Trump terá uma decisão muito difícil”, avaliou Rosenberg à Bloomberg TV.
Na Europa, o Bank of England manteve sua taxa básica em 4,25%. Embora esperado, o resultado surpreendeu por mais membros do comitê terem votado por corte. A libra chegou a cair, mas depois se recuperou.
O Banco Nacional da Suíça cortou sua taxa para zero, buscando conter a valorização do franco, que subiu quase 10% frente ao dólar neste ano. Na Noruega, foi anunciada a primeira redução da taxa desde a pandemia.
Cenários extremos de escalada no envolvimento dos EUA no conflito Israel-Irã podem elevar o preço do petróleo para US$ 130–150 o barril, especialmente se o Irã retaliar significativamente, disse Jennifer McKeown, economista-chefe global da Capital Economics Ltd. Tal desenvolvimento impediria cortes de juros por parte dos bancos centrais, acrescentou.
“Mesmo que considerem temporário, seria corajoso um banco central cortar juros nessa situação”, avaliou McKeown à Bloomberg TV.
Futuros do Brent já incorporam prêmio geopolítico de cerca de US$ 8 o barril desde o início do conflito Israel-Irã, segundo analistas e traders consultados. Um envolvimento americano reforçaria esse prêmio, mas em quanto dependeria da intensidade da ação, de acordo com os entrevistados.
Movimentações principais nos mercados:
Ações
- Futuros do S&P 500: caíram 0,8% (10h07 em NY)
- Dow Jones: recuou 0,9%
- Stoxx Europe: 600 caiu 0,4%
- MSCI World: perdeu 0,2%
Moedas
- Bloomberg Dollar Spot: estável
- Euro: US$ 1,1480
- Libra: subiu 0,2%, a US$ 1,3444
- Iene: recuou 0,2%, a 145,44 por dólar
Criptomoedas
Bitcoin (BTC) recuou 0,3%, a US$ 104.498
Ethereum (ETH) caiu 0,5%, a US$ 2.517,65
Títulos
- Títulos dos EUA de 10 anos: estável em 4,39%
- Títulos da Alemanha de 10 anos: subiu dois pontos-base, a 2,51%
- Títulos do Reino Unido de 10 anos: +2 pb, a 4,51%
Commodities
- WTI: avançou 2,3%, para US$ 76,85 o barril
- Ouro: estável
©️2025 Bloomberg L.P.
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Os contratos do S&P 500 caíram 0,8%, em um dia com negociação de ações e Treasuries dos EUA suspensa por feriado. O índice europeu Stoxx 600 recuou 0,4%, encaminhando-se para o terceiro pregão consecutivo de queda. Nos mercados asiáticos, os papéis recuaram mais de 1%.
O petróleo Brent manteve-se em torno de US$ 78 por barril, ampliando ganhos na semana impulsionados pela reação dos mercados ao conflito no Oriente Médio. O dólar permaneceu estável.
A cautela dos investidores cresceu após reportagem da Bloomberg apontar que altos funcionários norte-americanos estão se preparando para um possível ataque contra o Irã nos próximos dias. O ambiente de mercado já estava sensível após o Federal Reserve rever para baixo suas projeções de crescimento e elevar suas estimativas de inflação.
“Se os EUA atacarem, verá uma reação imediata intensa”, disse Neil Wilson, estrategista da Saxo UK. “Ninguém vai querer assumir grandes posições de compra.”
Trump já comentou publicamente sobre a possibilidade de atacar o Irã. Na quarta-feira, na Casa Branca, disse preferir tomar a “decisão final um segundo antes de ser preciso”, dada a fluidez da situação.
“O risco de envolvimento dos EUA é bastante alto neste momento”, afirmou Anna Rosenberg, chefe de geopolítica no Amundi Investment Institute.
“Para os EUA, é uma chance de eliminar uma grande dor de cabeça geopolítica, que é o Irã potencialmente desenvolvendo uma arma nuclear. Mas agir traz muitas consequências. Trump terá uma decisão muito difícil”, avaliou Rosenberg à Bloomberg TV.
Na Europa, o Bank of England manteve sua taxa básica em 4,25%. Embora esperado, o resultado surpreendeu por mais membros do comitê terem votado por corte. A libra chegou a cair, mas depois se recuperou.
O Banco Nacional da Suíça cortou sua taxa para zero, buscando conter a valorização do franco, que subiu quase 10% frente ao dólar neste ano. Na Noruega, foi anunciada a primeira redução da taxa desde a pandemia.
Cenários extremos de escalada no envolvimento dos EUA no conflito Israel-Irã podem elevar o preço do petróleo para US$ 130–150 o barril, especialmente se o Irã retaliar significativamente, disse Jennifer McKeown, economista-chefe global da Capital Economics Ltd. Tal desenvolvimento impediria cortes de juros por parte dos bancos centrais, acrescentou.
“Mesmo que considerem temporário, seria corajoso um banco central cortar juros nessa situação”, avaliou McKeown à Bloomberg TV.
Futuros do Brent já incorporam prêmio geopolítico de cerca de US$ 8 o barril desde o início do conflito Israel-Irã, segundo analistas e traders consultados. Um envolvimento americano reforçaria esse prêmio, mas em quanto dependeria da intensidade da ação, de acordo com os entrevistados.
Movimentações principais nos mercados:
Ações
- Futuros do S&P 500: caíram 0,8% (10h07 em NY)
- Dow Jones: recuou 0,9%
- Stoxx Europe: 600 caiu 0,4%
- MSCI World: perdeu 0,2%
Moedas
- Bloomberg Dollar Spot: estável
- Euro: US$ 1,1480
- Libra: subiu 0,2%, a US$ 1,3444
- Iene: recuou 0,2%, a 145,44 por dólar
Criptomoedas
Bitcoin (BTC) recuou 0,3%, a US$ 104.498
Ethereum (ETH) caiu 0,5%, a US$ 2.517,65
Títulos
- Títulos dos EUA de 10 anos: estável em 4,39%
- Títulos da Alemanha de 10 anos: subiu dois pontos-base, a 2,51%
- Títulos do Reino Unido de 10 anos: +2 pb, a 4,51%
Commodities
- WTI: avançou 2,3%, para US$ 76,85 o barril
- Ouro: estável
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